Se nos saiu o Euromilhões? Nem por isso... na realidade os motivos são bastante mais realistas.
Achámos que se o ano passado começámos o ano a mudar de cidade, de casa, de emprego, então este ano tínhamos de nos superar e decidimos comprar uma casa! Brincadeirinha! Como devem imaginar, não tem nada a ver com isso.
A verdade é que tudo começou há meses atrás, quando o dono da casa onde estamos neste momento nos falou da hipótese de a vender. Num momento de pânico, começámos a procurar outras hipóteses e ficámos desesperados com os resultados.
Estávamos no início do Verão, onde ninguém quer sequer ouvir falar de alugar casa ao ano, não encontrávamos praticamente nada e o que aparecia era horrível ou caríssimo (e a maior parte das vezes, as duas coisas!)
Já que estávamos nesta pesquisa, mais por curiosidade do que outra coisa, começámos a ver casas à venda também. Não vos vamos dizer que tenhamos ficado maravilhados com o que surgiu, mas, pelo menos quando compramos, sabemos que podemos fazer alterações (e não precisamos de guardar tudo o que não gostamos na marquise ou debaixo das camas! haha)
No meio desta pesquisa ainda sem grande objectivo, apareceu uma casa que era tudo o que queríamos: exactamente nos nossos prédios de eleição, com exposição solar óptima e... vista mar!
Portanto, e se fôssemos ver só por ver?...
Ligamos à imobiliária para marcar uma visita e dizem-nos que a casa já estava reservada, mas como até ao lavar dos cestos (como quem diz “escritura”) é vindima, agendamos ir vê-la na mesma na semana seguinte. Uns dias depois, ligam-nos a dizer que já tinha sido assinado o contrato promessa de compra e venda, portanto já não valia muito a pena.
Talvez tenha sido nesse momento que realmente percebemos que realmente estávamos com vontade de comprar.
Claro que não sabemos o nosso futuro, nem quanto tempo vamos estar no Algarve, mas de repente a insegurança de viver numa casa que não nos pertence, o facto de não a podermos colocar completamente ao nosso gosto e, acima de tudo, de estarmos a pagar por uma coisa que nunca será nossa (sem falar de que neste momento as prestações de um empréstimo ficam a menos de metade do preço de uma renda na nossa zona) fizeram com que decidíssemos que gostaríamos mesmo de comprar.
A partir daí, passávamos os dias em todos os sites com casas, falávamos com todas as imobiliárias ou com quem pudesse saber de alguma coisa e já conhecíamos todas as hipóteses que estavam no mercado na zona que queríamos.
Um bocadinho nesta onda inicial, em que visitar casas ainda tem graça, fomos ver uma por descargo de consciência (só mesmo porque tinha terraço, mas o resto não parecia grande coisa e era muito cara para as obras de que precisaríamos).
O descargo de consciência não correu como previsto, porque nos apaixonámos mal entrámos. Os acabamentos e a decoração eram realmente horríveis, mas a sala de tamanho decente, com uma grande janela de vista desafogada, conquistou-nos. Mesmo assim, provavelmente teríamos conseguido esquecê-la, não fosse o terraço... No momento em que passámos a porta do cubículo da escada lá para fora, numa quente noite de verão, conseguimos imaginar a nossa vida ali e já nenhuma das casas que tínhamos visto fazia sentido.
Casa do Terraço |
Saímos da visita num misto de pânico e entusiasmo e fomos para casa planear o que seria necessário fazer ali. A cozinha era terrível e precisávamos de ter a certeza de que a conseguíamos aumentar, portanto fizemos 3Ds e desenhos técnicos sem parar, até termos o que nos parecia aceitável.
Entretanto, todas as nossas pesquisas no Pinterest tinham terraço e já não imaginávamos de todo viver numa casa sem espaço exterior.
Nesse Verão, a mãe de um de nós veio visitar-nós e fomos mostrar-lhe a casa. Odiou. Recebemos orçamentos das obras que queríamos e era simplesmente demasiado.
Foi aí que nos ligou o Sr. da imobiliária da Casa com vista Mar: o crédito de quem a iria comprar não foi aprovado. Estava de novo no mercado!
Fomos logo vê-la. E era maravilhosa: bem cuidada, com boa exposição solar e aquela varandinha com vista mar. E nem sequer era assim tão cara (bem, era, queremos dizer em relação às outras que andávamos a ver). Mas tinha um esquema na venda que não nos agradava assim muito e, apesar da vista mar, a sala e varanda não eram muito grandes (e já sabem como gostamos de receber!).
Portanto, ali durante um ou dois dias estivemos a fazer contas e analisar os prós e os contras da vista mar e do terraço (que entretanto já tinha descido de preço).
Casa vista mar - in Sortami |
E, apesar de gostarmos muito da do terraço, decidimos-nos pela vista mar, muito graças ao valor/renovações obrigatórias. Escolhemos a nossa casa *.* A casa para comprarmos!
Ligamos novamente à imobiliária e... a casa naqueles dias foi reservada por outra pessoa! -.-
E foi assim que voltámos à do terraço (que sempre foi a primeira escolha de um de nós). Ainda recebemos mais uma ou outra sugestão de alguns agentes com que estávamos em contacto, mas já nada nos conseguia separar da ideia daquele espaço exterior tão simpático.
Portanto negociámos o valor com o vendedor, e (muito trabalhinho e burocracia à parte), começámos o ano com uma casa nova! :)
Se nos dissessem há dois anos atrás que vínhamos viver para o Algarve nem sequer acreditávamos, e agora comprámos uma casa!
Próximo capítulo: Obraaaaaaaaas